Cuidados especiais com os pets não convencionais durante o verão
O verão chega com tudo e com ele as mais altas temperaturas registradas no Brasil em várias regiões, onde os dias ficam ensolarados e bem quentes. As temperaturas elevadas demandam uma preocupação com conforto animal em qualquer tipo de criação, e se tratando de pets não convencionais não é diferente! Por isso, recomendamos alguns cuidados essenciais para evitar que a temperatura elevada comprometa a saúde e bem-estar dos bichos silvestres e exóticos.
Dentre as espécies mais comuns, destacamos os roedores como chinchila, porquinho da Índia, gerbil, e hamster, além dos coelhos (lagomorfos), animais de tamanho pequeno e com metabolismo muito rápido, o que contribui para uma desidratação rápida e choque, se deixados expostos ao sol por muito tempo.
Alguns cuidados simples a serem observados no ambiente são suficientes para evitar que o calor gere desconforto para os animais, e tornar o ambiente fresco ou mantê-los em lugares mais arejados com circulação suficiente de ar é um deles. Procure algum lugar onde a temperatura é mais amena, próximo de uma janela ou onde o piso é de material que tende a deixar o ambiente mais fresco. Devemos tomar cuidado com correntes de ar e evitar ligar o ventilador em cima da gaiola ou onde o animal fica, pois favorece o aparecimento de doenças respiratórias, assim como lugares onde a circulação de ar é deficiente.
Coelhos estressados pelo calor se alimentam menos do que deveria e também crescem menos, podem salivar e apresentar sinais neurológicos. Porquinhos da Índia podem apresentar sinais de desconforto pelo calor com temperaturas não tão elevadas. Chinchilas também são particularmente sensíveis ao calor.
É importante trocar com frequência o substrato da gaiola ou recinto, pois o material absorve calor (principalmente serragem) e troca ajuda a diminuir a temperatura no local. Se possuir um terrário ou aquário adaptado, é pertinente sempre verificar a circulação de ar dentro do ambiente. Em locais de clima quente e seco, devemos usar estratégias para melhorar a umidade do ambiente.
Deixe água a vontade para seu bicho, e troque com frequência ao longo do dia. Durante a época de calor, deixe uma banheirinha com água fresca e vale ainda acrescentar cubos de gelo nos horários mais quentes. Redobre o cuidado com a alimentação! É bom oferecer vegetais frescos e úmidos!
Outro grupo que temos são as aves de estimação, desde as pequenas calopsitas até araras, cacatuas, corujas e os pequenos passeriformes, todos são sensíveis a qualquer alteração no clima do ambiente em que vivem. O aumento do calor favorece o crescimento de bactérias e mosquitos, por isso a atenção com manutenção e limpeza do ambiente deve ser redobrada.
As aves alteram seu comportamento se estiverem sofrendo com a temperatura, e podemos observar o bico aberto por muito tempo, asas afastadas, aumento da frequência respiratória e do consumo de água. Nesses casos é bom rever o local onde as aves estão alojadas e pensar em um bom sistema de ventilação. Sempre forneça água limpa e fresca, também podemos disponibilizar água para banho ou borrifar água nelas delicadamente.
Já nos répteis, que são animais ectotérmicos (incapazes de manter uma temperatura corporal constante por mecanismos intrínsecos como fazem os mamíferos e as aves), a temperatura corporal sofre grande influência da temperatura ambiental. Répteis submetidos a ambientes com condições de conforto ambiental muito acima da zona de conforto térmico podem ter seu desempenho fisiológico prejudicado a médio prazo.
Em temperatura ambiente muito alta, estes animais aumentam sua taxa respiratória na tentativa de aumentar a taxa de resfriamento através de evaporação. Se animal se manter ofegante por muito tempo, pode predispor a perda de substâncias importantes, causando mudanças no balanço eletrolítico e prejuízos futuros, como taxa de crescimento reduzida, metabolismo de cálcio deficiente, etc.
O manejo ambiental é um fator importantíssimo para o sucesso de qualquer criação, e no momento da decisão de adquirir o animal, devemos pensar nas necessidades da espécie que se deseja criar.