Doenças renais em répteis



Assim como acontece em outras espécies, uma variedade de doenças renais ocorrem nos répteis, seja diretamente nos rins ou então em decorrência de outras doenças sistêmicas. Nos répteis os rins são evoluídos e possuem grande quantidade de estruturas funcionais, sendo classificados como metanéfricos, como os mamíferos e as aves. Desempenham as funções de regulação hídrica, osmorregulação, excreção de produtos metabólicos, produção de metabólitos de vitamina D e hormônios, além de produção de eritropoetina.

 

Já foram relatados cistos renais, infecções por vírus, bactérias, parasitas; alterações patológicas como nefrite intersticial, pielonefrite, glomerulonefrite, glomeruloesclerose, nefroesclerose, glomerulonefrose, tubulonefrose, edema renal, amiloidose, gota, adenocarcinoma e adenoma tubular. A necropsia se destaca como uma importante ferramenta para diagnosticar tais doenças.

 

Variam de espécie para espécie de acordo com a temperatura e disponibilidade de água no ambiente, se adaptando as mudanças climáticas de cada período do ano. Quelônios que vivem em ambientes alagados, como os cágados, possuem um glomérulo pronunciado e o número de capilares sanguíneos é baixo.

 

As doenças do sistema renal, sejam primárias ou secundárias a outros distúrbios sistêmicos, são responsáveis por uma quantidade considerável de morbidade e mortalidade em répteis, e os pacientes com alterações renais podem apresentar poucos ou inespecíficos sinais clínicos, sendo que com sintomas inespecíficos, a doença pode passar despercebida, e os animais afetados ficarem sujeitos a alterações patológicas prolongadas por dias ou até meses ou anos.

 

Geralmente junto com a doença renal, encontramos más condições ambientais, ambientes com baixa umidade, sem iluminação e aquecimento adequados, água insuficiente e dieta inadequada. Em muitos casos a etiologia é multifatorial, incluindo má nutrição (excesso de proteínas), desidratação crônica e um desequilíbrio de suplementação de vitaminas e/ou minerais. 

 

Pela desidratação severa, pode haver a diminuição da perfusão renal por tempo prolongado, causando uma disfunção no rim, alterando os mecanismos reguladores dos rins, incluindo a excreção de resíduos metabólicos tóxicos e perda de proteínas plasmáticas importantes, e com a diferença de pressão, resulta em edema renal.

 

No contexto de etiologia por infecção bacteriana, esta tem acesso aos rins por via hematógena, através do sistema porta-renal. A maioria das bactérias encontradas em répteis são Gram-negativas (por exemplo, Pseudomonas spp., Aeromonas spp., Salmonella spp.) que ficam no ambiente e infectam por oportunismo o animal que está imunocomprometido por algum fator que gera estresse.

 

Os répteis precisam do manejo adequado específico para a espécie que se pretende criar, com luminosidade, umidade, temperaturas satisfatórias e uma alimentação adequada, que juntos irão contribuir para uma boa qualidade de vida, bem-estar e desenvolvimento do bicho.