Influenza aviária: cenário atual e riscos
A Influenza aviária, também conhecida como gripe aviária ou gripe do frango é uma doença viral de rápido contágio que acomete aves domésticas e silvestres, podendo infectar também mamíferos incluindo os humanos. É transmitido de ave para ave diretamente através do ar, fezes e fluidos corporais, ou indiretamente através de equipamentos, roupas e objetos contaminados.Tem alta capacidade de mutação e consequentemente de adaptação a novos hospedeiros. Infecções humanas pelo vírus da Influenza Aviária podem ser adquiridas principalmente por meio do contato direto com aves infectadas (vivas ou mortas).
É uma doença complexa causada por vários subtipos do vírus Influenza, sendo alguns de baixa patogenicidade, sem manifestação de sinais clínicos, e outros de alta patogenicidade, causando doença severa com presença de sinais respiratórios e neurológicos graves. Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de Influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP - H5N1) e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.
Os primeiros casos graves da história no Brasil foram anunciados pelo MAPA no dia 15 de maio, em duas aves marinhas da espécie Thalasseus acuflavidus (nome popular Trinta-réis-de-bando)no litoral do Espírito Santo. Aves silvestres aquáticas, gaivotas e aves costeiras são as principais espécies envolvid as como hospedeiro natural e reservatório do vírus, mantendo e disseminando no ambiente, transportando por longas distâncias ao longo das rotas de migração.
O vírus pode ser transmitido para aves domésticas como marrecos, gansos, patos, codornas, galinhas, perus e aves silvestres de companhia. A Influenza aviária chegou e devemos estar atentos ao comportamento anormal ou a uma grande mortalidade de aves comerciais, de subsistência ("fundo de quintal") e de companhia, sendo recomendado a revisão das medidas de biosseguridade e de boas práticas no manejo, visando a prevenção de doenças nas criações de aves.
Cabe destacar que a notificação da infecção pelo vírus da IAAP em aves silvestres não afeta a condição do Brasil como país livre de IAAP. A depender da evolução das investigações e do cenário epidemiológico, novas medidas sanitárias poderão ser adotadas pelo Mapa e pelos órgãos estaduais de sanidade agropecuária para evitar a disseminação de IAAP.
Ao mesmo tempo, as ações de comunicação sobre a doença e as principais medidas de prevenção serão intensificadas no sentido de conscientizar e sensibilizar a população em geral e os criadores de aves, em particular, com destaque para a imediata notificação de casos suspeitos da doença e o reforço das medidas de biosseguridade, incluindo orientações aos diferentes segmentos da sociedade, tanto no meio rural quanto urbano.
Vale lembrar que O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou no dia 30 de março a Portaria nº 572 que suspende preventivamente a realização, em todo território nacional, de exposições, torneios, feiras e demais eventos com aglomeração de aves, bem como a criação de aves ao ar livre, com acesso a piquetes sem telas na parte superior, em estabelecimentos registrados segundo a Instrução Normativa nº 56/2007.
As medidas preventivas estabelecidas ocorrem em função da situação epidemiológica mundial de IAAP e seu avanço no continente sul-americano por rotas de aves silvestres migratórias que constituem um risco iminente de ingresso e disseminação da doença no Brasil.