Novo Coronavírus e os animais de estimação



Os coronavírus (CoV) são uma grande família viral, conhecidos desde meados dos anos 1960, que causam infecções respiratórias em seres humanos e infecções gastrointestinais em animais. A chegada do novo coronavírus ao Brasil despertou muitas dúvidas e preocupações, inclusive sobre a possibilidade de animais de estimação transmitirem o agente infeccioso causador da COVID-19.

O SARS-CoV-2, nome técnico do agente que causa a COVID-19, o novo Coronavírus, é um vírus adaptado apenas aos seres humanos, e até o momento, não existe nenhuma prova científica que ele possa infectar os animais. Embora existam evidências de que o vírus possa ter sua origem em animais selvagens na China, não existe nenhum estudo comprovando que os animais de estimação possam se infectar e transmitir o novo coronavírus.

Cães e gatos podem contrair um coronavírus próprio de suas espécies, mas este nada tem a ver com a COVID-19 e não é transmitido para o ser humano, além de que as vacinas convencionais encontradas nas clínicas veterinárias são para uso exclusivo em cães e gatos, e algumas também para animais não convencionais, como ferrets e pequenos primatas. Assim como cães e gatos, animais silvestres e exóticos de estimação podem adoecer por diversos motivos, apresentarem problemas respiratórios e febre, mas até o momento não há evidência de que pets estejam adoecendo pelo novo coronavírus e nem que sejam capazes de propagar a doença.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) segue monitorando pesquisas sobre a relação entre animais de estimação e COVID-19,  e a orientação atual é que pessoas infectadas pelo novo coronavírus fiquem isoladas e adotem medidas para não transmitir a doença a seus familiares e colegas. Por se tratar de animais de companhia, podem acabar veiculando o agente nos pelos e penas dos bichos, através de espirros, gotículas de saliva, descuido com a higiene ao levar a mão na boca, mucosas e em seguida pegar, beijar, abraçar o seu pet.

O COVID-19 não é uma zoonose até que se prove o contrário, ou seja, não é uma doença que seu animal de estimação pode transmitir naturalmente, mas vale lembrar que todos os animais podem transmitir várias outras doenças virais, fúngicas e bacterianas, o que pode levar a imunodepressão e agravar o quadro de uma pessoa com infecção pelo novo coronavírus.

O ideal e recomendado é sempre prevenir problemas de saúde no seu animal, além de redobrar o cuidado com a higiene, tanto no animal quanto no seu ambiente, com uso regular de desinfetantes adequados, retirada de restos de alimentos, sujeiras no ambiente, e sempre lavar bem as mãos antes de manusear seu animal, e depois de limpar a sua gaiola, recinto ou terrário.