Primatas como animais de estimação
A ordem PRIMATES é um grupo de mamíferos que engloba os animais popularmente conhecidos como macacos, e estão presentes em quase todos os continentes, habitando principalmente as florestas das Américas, África e Ásia. Variam de animais que pesam 50 gramas até um gorila que pode pesar 200 kg.
São animais que ganham a simpatia de muitos com facilidade, e com a atuação no mercado de pets exóticos durante alguns anos, podemos perceber que é o sonho de muita gente ter um primata como companhia.
Mas e aí? É permitido ter um macaco de estimação?
A resposta é SIM! Caso tome a importante decisão de adquirir um primata como animal de estimação, o primeiro passo é procurar um estabelecimento devidamente regularizado no órgão ambiental e autorizado a comercializar animais silvestres, geralmente lojas ou criadouros.
No Brasil, atualmente, apenas duas espécies de primatas podem ser comercializadas: o sagui e o macaco-prego. Ambas só podem ser vendidas por locais credenciados e compradas por pessoas que atendam às condições de criação e manutenção. O criadouro ou loja deve emitir toda a documentação correta no momento da venda, nota fiscal do bichinho, atestado sanitário, data de nascimento, número de marcação do criatório, licença de transporte e certificado de sexagem.
A aquisição legal ajuda no combate ao tráfico, evitando negociações de exemplares no mercado paralelo. As vendas ilegais são altamente prejudiciais, pois não contam com controle sanitário e acabam colocando em risco a vida do animal e dos futuros tutores.
Quando o animal é retirado da natureza, ele pode demonstrar agressividade e problemas psicológicos, devido ao estresse que são submetidos. Para evitar problemas futuros, o ideal é adquirir o animal já nascido em cativeiro, que conta obrigatoriamente com acompanhamento veterinário e marcação com microchip.
O sagui (Callithrix sp.) é um primatinha que mede por volta de 25 centímetros, pesa de 250 a 400 gramas e possui pelagem em tons cinza, branco, preto e marrom, sendo que geralmente vende-se duas espécies: o sagui-de-tufo-preto (Callithrix penicillata) e o sagui-de-tufo-branco (Callithrix jacchus). O sagui tem agilidade, salta bastante, vive bem em viveiros e necessita de brinquedos para interagir com o ambiente. Em cativeiro, eles têm uma estimativa de vida de 20 anos.
O ideal é que o viveiro tenha bastante espaço, e seja enriquecido com brinquedos, cordas e galhos, para que o sagui se mantenha em atividade. É ideal também, que tenha uma toca ou esconderijo onde possam descansar.
O sagui é um animal onívoro que necessita bastante de proteína e cálcio, principalmente quando jovem. A alimentação deve ser bem variada, incluindo frutas, legumes e proteína animal em sua alimentação diária.
Agora, se optar por um macaco-prego (Cebus e Sapajus sp.), é bom preparar ainda mais. O tempo de vida de um Macaco Prego é de 40 anos em média, mas isso vai depender de uma série de fatores.
Seus hábitos são diurnos e a alimentação é bem variada. Quem tem um em casa precisa respeitar a hora que ele quer dormir, o que pode ser bem cedo, então devemos disponibilizar um cantinho escuro, silencioso, para que ele não seja incomodado. Mas é bom lembrar que o bicho acorda bem cedo e vai querer acordar todos da casa.
Os macacos-prego podem aprender muitas coisas! A espécie é uma das mais inteligentes e podem aprender a tomar suco de canudinho, comer com colher, dar saltos mortais, bater palmas, abrir e fechar potes, etc. É muito esperto, e pode usar pedras para conseguir quebrar as frutas que possuem a casca mais dura.
É preciso providenciar muitos brinquedos para seu macaco prego de estimação se distrair e de preferência, ter um bom espaço preparado para que ele possa pular e gastar sua energia.
Na floresta, o macaco prego come frutas, sementes, insetos, ovos, aranhas, entre outros. Em casa, ele deverá ser alimentado com carne e uma grande variedade de frutas e verduras.
Independente da espécie escolhida, a criação exige rigoroso manejo sanitário. O viveiro deve ser mantido limpo e desinfetado, e os animais vermifugados de acordo com orientação profissional. Como ainda não existem estudos conclusivos sobre determinadas espécies, optamos por não indicar a aplicação de vacinas.
Primatas comem de tudo, mas alguns itens são proibidos devido a composição de elementos químicos que podem ser fatal para os bichos. Outra dica importante é a precaução e o bom senso na convivência com estes animais, evitando contatos como beijo na boca, comer na mesma colher e compartilhar saliva.
Ao adquirir os animais e sempre que necessário é importante procurar um médico veterinário especializado em animais silvestres, e que tenha experiência no manejo e clínica de primatas!