Psitacose em psitacídeos



A ornitose, doença conhecida também como psitacose, clamidiose ou febre dos papagaios é uma enfermidade infecciosa que frequentemente acomete os psitacídeos brasileiros, considerados mais susceptíveis, porém nenhuma espécie de ave está livre de ser acometida pela bactéria.  O termo psitacose é usado para denominar a doença em psitacídeos, ornitose nas aves em geral, e clamidiose em mamíferos.

 

A doença causada pelo micro-organismo Chlamydophila psittaci foi descrita no início em humanos e psitacídeos, mas, já foi encontrada em muitas espécies de aves silvestres e domésticas (pombos, patos, gansos, perus), além de mamíferos domésticos e o homem, estes quando em contato com secreções e excreções de animais portadores.

 

A clamidiose é considerada uma zoonose ocupacional segundo a OIE (Organização mundial de saúde animal), ou seja, doença transmitida entre animais e homens, onde trabalhadores em contato com aves doentes formam o principal grupo de risco.

 

As aves acometidas com mais frequência são papagaios, calopsitas, periquitos e pombos. O estado de portador assintomático é comum em papagaios do gênero Amazona, periquitos e calopsitas mantidos em cativeiro, contudo, sinais clínicos são mais evidentes em aves jovens ou debilitadas devido manejo e dieta incorretos.

 

Os problemas são tipicamente vistos no final do inverno e/ou início de primavera/verão e algumas aves tornam-se extremamente doentes, apresentam-se deprimidas, perdem peso, podem ter sintomas de doença respiratória, hepática e renal, com mudança na cor das excretas. Apresentando ou não sinais clínicos evidentes, as aves infectadas podem se tornar portadoras crônicas e disseminar a bactéria por todo ambiente onde vivem, ou seja, em todo o plantel no caso de criatórios.

 

A bactéria sobrevive por vários meses através das excretas e secreções eliminadas pelas aves, e se perpetua caso a higiene seja deficiente, pois restos de alimentos e rações, sujeiras de gaiola, poeiras e superfícies contaminadas contribuem para a manutenção do agente no ambiente.

 

Em longo prazo, a infecção por clamídia pode debilitar a ave e favorecer o aparecimento de doenças multi-sistêmicas, como por exemplo, doença hepática. Os sintomas são comuns a diversas doenças, e o médico veterinário tem o papel fundamental no controle e vigilância epidemiológica da enfermidade.

 

Aves com clamidiose devem ser tratadas, já que muitas se recuperarão completamente desde que o tratamento correto seja instituído, juntamente com medidas de higiene e sanidade, além da correção do manejo geral e dieta.

 

A melhor forma de evitar a entrada e contaminação das aves é a prevenção. Ao adquirir animais, levar ao médico veterinário para avaliação geral, exames, fazer quarentena e testar para clamídia todos os novos animais antes de adentrarem ao plantel do criatório.

 

Uma boa limpeza nas instalações e uma boa circulação de ar no ambiente em que se cria as aves favorecem a prevenção da infecção.